Gestão de Terceiros

Como estruturar a gestão documental de terceiros no setor de energia, óleo e gás?

Time wehandle Oct 7, 2025 10:00:01 AM 4 min read
Gestão documental de terceirizados fortalece o setor de energia, óleo e gás com mais segurança, eficiência e conformidade.

A gestão documental de terceirizados é essencial, pois a operação de empresas do setor de energia, óleo e gás exige padrões rigorosos de conformidade, segurança e rastreabilidade.

Além da complexidade técnica, o ecossistema é fortemente regulado, com normas ambientais, trabalhistas e fiscais que demandam controle absoluto sobre a atuação de fornecedores e prestadores de serviço.

Sendo assim, a gestão documental de terceiros deixa de ser apenas uma tarefa administrativa, pois se torna um pilar estratégico para garantir a continuidade operacional, mitigação de riscos e reputação corporativa.

Neste artigo, vamos detalhar como estruturar a gestão documental de terceiros nesse setor, quais documentos são indispensáveis.

Abordaremos sobre como organizar fluxos de controle e de que forma a tecnologia pode transformar esse processo em um diferencial competitivo.

Por que a gestão documental de terceirizados é crítica em energia, óleo e gás?

O setor é altamente dependente de terceiros: empresas de engenharia, transporte, manutenção, logística e fornecimento de insumos atuam diretamente em atividades críticas.

Uma falha de conformidade de qualquer um desses agentes pode gerar consequências graves, como:

  • Multas e sanções regulatórias;
  • Interrupção de operações em plantas industriais ou campos de exploração;
  • Acidentes de trabalho e impactos ambientais;
  • Danos irreversíveis à imagem da companhia diante de investidores e sociedade.

De acordo com pesquisa desenvolvida pela Deloitte (2023) com 1.300 líderes de gestão de riscos de terceiros em 40 países, 62% apontam riscos cibernéticos e de segurança da informação como os maiores desafios atuais.

No setor de energia, óleo e gás, esse cenário pode ganhar peso extra, pois grande parte dos fornecedores têm acesso a dados sensíveis de operação e de infraestrutura crítica.

Dessa forma, estruturar um programa robusto de gestão documental vai muito além de armazenar contratos e cadastros: é um mecanismo para proteger toda a cadeia de valor.

Quais são os documentos obrigatórios de terceiros nesse setor?

A lista de documentos obrigatórios de terceiros varia de acordo com o tipo de serviço prestado, mas, em geral, as empresas precisam solicitar e manter atualizados registros relacionados a:

  • Regularidade fiscal e trabalhista: CNDs (Certidões Negativas de Débitos), FGTS, INSS, RAIS;
  • Segurança e saúde ocupacional: ASO (Atestado de Saúde Ocupacional), fichas de EPI, treinamentos obrigatórios (NRs, como NR-10 e NR-35);
  • Ambiental e de operação: licenças ambientais, certificações ISO (ISO 14001, ISO 45001) e autorizações específicas para transporte e manuseio de substâncias perigosas;
  • Contratuais e societários: contrato social, procurações e certidões de falência ou recuperação judicial;
  • Tecnologia e dados: comprovação de conformidade com a LGPD e, em alguns casos, auditorias de segurança da informação.

Nesse sentido, é importante implementar mecanismos de atualização periódica e verificação automática de validade, evitando que o fornecedor atue em situação irregular sem que a contratante perceba.

Como estruturar a gestão documental de terceirizados? Passo a passo

1. Mapeamento de riscos e definição de critérios

O primeiro passo é identificar quais terceirizados têm maior impacto sobre a operação.

Uma empresa responsável pelo transporte de combustíveis, por exemplo, exige controles mais rígidos do que um prestador de serviços administrativos.

Esse mapeamento orienta quais documentos devem ser exigidos e com qual frequência devem ser validados.

2. Criação de um checklist de conformidade para terceiros

O checklist funciona como um norte para o processo. Ele deve incluir:

  • Documentos obrigatórios mínimos por categoria de fornecedor;
  • Frequência de atualização exigida;
  • Critérios para aceite ou reprovação de documentação;
  • Fluxos de aprovação e comunicação com as áreas internas.

Esse checklist deve ser adaptável, já que novas regulamentações surgem constantemente no setor de energia e óleo e gás.

3. Centralização em plataforma digital

Armazenar documentos em planilhas ou pastas locais aumenta o risco de falhas, duplicidades e perda de informações.

A centralização em uma plataforma de gestão documental permite:

  • Rastreabilidade completa de quem enviou e aprovou cada documento;
  • Alertas automáticos de vencimento;
  • Auditorias simplificadas com relatórios em tempo real;
  • Integração com sistemas de ERP e compliance.

4. Monitoramento contínuo

A gestão não termina com o envio inicial. É fundamental realizar o registro de atividades dos fornecedores, garantindo que o cumprimento documental se reflita na prática.

Isso inclui:

  • Acompanhamento de treinamentos obrigatórios;
  • Registro de incidentes de segurança ou ambientais;
  • Avaliação periódica de performance e conformidade.

5. Ações corretivas e plano de contingência

Em caso de não conformidade, a empresa precisa ter protocolos claros de resposta: suspensão temporária de atividades, solicitação imediata de regularização e, em situações graves, a substituição do fornecedor.

O papel da tecnologia: da conformidade à inteligência de dados

O uso de tecnologia em gestão documental deixou de ser diferencial e passou a ser requisito básico de governança.

No setor de energia, onde os contratos envolvem milhões de reais e riscos elevados, plataformas digitais trazem benefícios tangíveis:

  • Automatização de fluxos: menos erros humanos e maior agilidade;
  • Integração com órgãos reguladores: atualização em tempo real de certidões e registros;
  • Analytics e dashboards: identificação de padrões de risco, fornecedores recorrentes em não conformidade e tendências de falhas.

Além disso, os investimentos em segurança da informação garantem que documentos críticos estejam protegidos contra acessos indevidos e ataques cibernéticos.

Esse é um dos pontos mais sensíveis, segundo a pesquisa da Deloitte já mencionada. 

Indicadores-chave para medir a eficácia da gestão documental

Assim como em outras frentes de governança, a gestão documental precisa ser acompanhada de métricas. Alguns indicadores úteis incluem:

  • Percentual de fornecedores com documentação em dia;
  • Tempo médio para análise e aprovação de documentos;
  • Número de incidentes de não conformidade registrados;
  • Volume de auditorias concluídas sem pendências;
  • Taxa de fornecedores bloqueados por falhas documentais.

Esses dados permitem não apenas corrigir desvios, mas também fortalecer a estratégia de contratação e priorizar parceiros confiáveis.

Gestão documental como diferencial competitivo

No setor de energia, óleo e gás, onde a confiança dos stakeholders e a estabilidade operacional são inegociáveis, a gestão documental de terceirizados é mais do que uma exigência regulatória: é uma vantagem estratégica.

Empresas que conseguem estruturar esse processo com eficiência:

  • Reduzem riscos legais e financeiros;
  • Garantem maior previsibilidade em auditorias;
  • Aumentam a atratividade junto a investidores e parceiros;
  • Reforçam sua reputação como organizações responsáveis e seguras.

Caminhos para fortalecer a gestão documental

A complexidade do setor de energia, óleo e gás exige uma gestão de terceiros à altura dos riscos envolvidos.

Estruturar a gestão documental de terceirizados de forma estratégica, com checklists claros e monitoramento contínuo, é um caminho seguro para garantir conformidade.

O registro de atividades aliado ao uso de tecnologia amplia a eficiência e a competitividade.

Com processos bem definidos, a empresa não apenas cumpre exigências regulatórias, mas fortalece sua cadeia de valor e constrói relações mais sólidas com seus parceiros de negócio.

Se sua organização busca transformar a forma como sua organização lida com documentos de terceiros, conte com a wehandle.



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