53 trilhões de dólares até 2025. Este é o valor que deve chegar o investimento em ESG. Segundo estudos da ESG Radar 2023, 90% dos executivos e gestores entrevistados afirmam que as iniciativas de ESG trazem retornos financeiros positivos para as organizações.
De fato, adotar práticas voltadas ao ESG (Environment, Social and Governance) é um movimento crescente e irreversível dentro das empresas. No entanto, este não é um processo apenas interno, mas também se estende para os fornecedores e prestadores de serviços.
Diante disso, é essencial fazer o gerenciamento correto desses pares. Neste artigo, você entenderá mais sobre a importância, os riscos e como aplicar o ESG na gestão de fornecedores.
O que é o ESG na gestão de fornecedores?
O ESG na gestão de fornecedores refere-se à consideração de critérios ambientais, sociais e de governança ao avaliar e selecionar os fornecedores de uma empresa. Esses parâmetros são utilizados para avaliar o impacto geral das práticas de uma empresa no meio ambiente, na sociedade e em sua estrutura de governança.
Na gestão de fornecedores, as empresas que adotam uma abordagem ESG procuram avaliar como os parceiros comerciais se alinham com esses critérios. Isso significa não apenas analisar a qualidade e o preço dos produtos ou serviços fornecidos, mas também considerar o impacto mais amplo deles.
Por exemplo, ao escolher um fornecedor, uma empresa poderia considerar:
- as práticas ambientais do fornecedor, como seu uso de materiais sustentáveis, políticas de gestão de resíduos e pegada de carbono;
- suas práticas sociais, como o tratamento dos trabalhadores, políticas de diversidade e inclusão, e seu envolvimento comunitário;
- sua governança, como a transparência em suas operações, políticas éticas, conformidade com leis e regulamentos, e estrutura de liderança.
Qual a importância de olhar para o ESG na gestão de fornecedores?
A avaliação de critérios ESG na gestão de fornecedores é uma abordagem cada vez mais relevante e eficaz para empresas que desejam seguir rumo à sustentabilidade e à responsabilidade social.
Dessa maneira, a aplicação desses critérios dentro do gerenciamento desses parceiros faz com que as empresas tenham mais chances de garantir que seus parceiros de negócios também compartilhem valores e princípios relacionados à sustentabilidade.
Tudo isso contribui para a redução dos riscos ambientais, sociais e de relacionamento com as práticas de compradores de fornecedores. Consequentemente, auxilia no fortalecimento de uma cadeia de suprimentos mais ética e sustentável.
Quais os riscos a empresa corre por não fazer uma boa gestão de fornecedores?
Diante do conceito de ESG na gestão de fornecedores, é importante que as empresas estejam atentas às consequências, caso não apliquem as boas práticas.
Danos à reputação da marca
Imagine um trabalho de anos para a construção e fortalecimento de uma marca. Por um descuido na escolha dos fornecedores, um parceiro contratado acaba violando alguns aspectos éticos, sociais ou ambientais.
Quando esses dados vêm à tona, a reputação da sua empresa poderá ser bastante prejudicada. Consequentemente, temos a quebra na confiança não só dos clientes, mas também investidores e, até mesmo, colaboradores.
Vale destacar que reputação de marca é um assunto de extrema importância. Isso porque a partir do momento que a imagem sofre impactos, as consequência podem afetar toda a empresa, trazendo perdas como: quebrar a confiança (já citada), afetar o crescimento de mercado e trazer prejuízos financeiros, somente para citar alguns pontos.
Riscos legais e regulatórios
As empresas que não fazem o monitoramento adequado das práticas de seus fornecedores em relação ao ESG podem enfrentar ações legais e regulatórias.
Suponha que um fornecedor tenha um histórico de descarte inadequado de resíduos químicos, o que resultou em vazamentos que poluíram os recursos hídricos locais. Logo, a violação de leis ambientais, mesmo você contratando sem saber das irregularidades pode resultar em multas e processos, impactando de forma negativa o caixa da sua organização.
Assim, ao considerar os critérios ESG na gestão de fornecedores, a empresa não só busca mitigar riscos legais e financeiros, mas também demonstra seu compromisso com práticas empresariais éticas e sustentáveis. Isso pode fortalecer sua posição no mercado e sua relação com clientes, investidores e outras partes interessadas e preocupadas com questões ambientais.
Perda de parceiros comerciais e clientes
A sociedade está cada vez mais atenta às práticas sustentáveis e éticas das empresas. Hoje, as pessoas têm acesso a uma gama enorme de informações e muitas delas buscam saber sobre o assunto antes de se associar a um negócio, mesmo que seja apenas consumindo os seus produtos ou serviços.
Caso seja descoberto que a sua empresa não está avaliando ESG na gestão de fornecedores e estes últimos estejam associados a práticas antiéticas ou socioambientalmente irresponsáveis, pode levar à quebra da confiança.
Muitas vezes, isso leva à perda de clientes e a ruptura com outros parceiros de negócios. Eles poderão reconsiderar as relações com a empresa, buscando opções que estejam mais alinhadas com os valores que eles buscam.
Impactos sociais e ambientais negativos
As consequências de práticas que ignoram os critérios ESG geram impactos ambientais e sociais profundamente negativos. Isso abrange desde desmatamento e poluição a exploração laboral e violações dos direitos humanos.
Essas ações não apenas causam danos ao ambiente e às comunidades locais, mas também podem resultar em boicotes justificados por parte dos consumidores conscientes. Por sua vez, ainda temos a mancha na reputação da empresa e prejuízos em relação à percepção de seus produtos ou serviços.
É essencial destacar que, na maioria dos casos, empresas que se tornam foco de escândalos devido a impactos adversos no meio ambiente e dos direitos humanos são aquelas associadas a fornecedores que não aderem aos princípios ESG.
Leia também: Riscos relacionados à terceiros e ao trabalho escravo
Como tornar o ESG na gestão de fornecedores uma prática dentro da sua empresa?
Tendo em vista todos os riscos que a não aplicação da ESF na gestão de fornecedores, saiba como colocá-la em prática!
Incentive os seus fornecedores
Uma das melhores maneiras de aplicar o ESG na gestão de fornecedores é incentivando os seus parceiros comerciais por meio de reconhecimento e recompensas para aqueles que adotam práticas sustentáveis. Por exemplo, oferecer prêmios.
Além disso, acordar parceiras de longo prazo com fornecedores comprometidos com a sustentabilidade e práticas éticas pode ser benéfico para os dois lados. Isso porque os contratos de longo prazo costumam trazer mais segurança e estabilidade.
Use o ESG nos critérios de seleção e avaliação
Ao escolher novos fornecedores, integre critérios ESG na sua avaliação. Dê prioridade para aqueles parceiros que já tenham práticas sustentáveis em sua operação ou mesmo que tenham disposição para adotá-las.
Não se esqueça de ter um sistema que permita monitorar de forma contínua esses fornecedores e o desempenho dos mesmos. A ideia é garantir a conformidade e a melhoria contínua.
Por fim, dê suporte aos fornecedores que estão focados em melhorar as suas práticas ESG. Nem sempre eles já virão com elas, mas se eles mostrarem disposição e afinco em aplicá-las a sua empresa pode incentivar esse treinamento, fortalecendo assim a parceria.
Foque em manter uma comunicação transparente
Manter uma comunicação transparente com os fornecedores sobre os critérios ESG, expectativas e resultados. Isso ajuda a construir relações de confiança e incentiva a melhoria contínua.
Para isso, é preciso definir canais de comunicação claros e acessíveis para os fornecedores, como e-mails diretos, reuniões regulares, plataformas online, entre outros. Através desses canais comunique de forma clara e detalhada os critérios ESG que a empresa espera que os fornecedores sigam, trazendo políticas ambientais, sociais e de governança específicas. Claro, se houver mudanças no meio do caminho, isso também precisa ser divulgado.
Como visto ao longo do artigo, as práticas de ESG na gestão de fornecedores vão ter um peso cada vez maior nas relações comerciais. Portanto, é preciso estar atento para se adequar e investir em iniciativas e parceiros que se comprometam com o meio ambiente, social e também a governança.
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