Gestão de Terceiros

Como tornar a gestão de terceiros eficiente com automação e IA?

wehandle experts Nov 11, 2025 10:00:00 AM 3 min read
Gestão de terceiros estratégica une tecnologia, automação e visão humana para ampliar eficiência e segurança.

Por: Adriano Dutra. 

Nos últimos anos, a gestão de terceiros deixou de ser uma atividade restrita ao cumprimento de obrigações contratuais e consolidou-se como um instrumento estratégico, capaz de gerar eficiência, segurança e vantagem competitiva para as empresas. 

Como destaca o artigo publicado pela Deloitte, a Lei da Terceirização (Lei nº 13.429/2017) marcou uma nova fase para o setor de terceiros ao incentivar relações mais maduras,  transparentes e com maior segurança jurídica entre contratantes e prestadores de serviço. 

Com o tempo, o mercado evoluiu e a gestão de terceiros precisou evoluir junto. 

O que antes era uma atividade predominantemente operacional passou a demandar visão estratégica, controle de riscos e integração tecnológica. 

Esse movimento representa um amadurecimento natural do ecossistema: empresas mais conscientes de suas responsabilidades, prestadores mais estruturados e relações baseadas em dados, transparência e corresponsabilidade. 

Hoje, a questão não é apenas “ter fornecedores homologados e monitorar o cumprimento de obrigações legais”, mas sim “como gerir, com inteligência, um ambiente cada vez mais complexo e interdependente”. 

É nesse contexto que a automação e a inteligência artificial (IA) ganham protagonismo, não como substitutas da gestão, mas como aliadas que ampliam a eficiência, a precisão e o poder de decisão. 

Desafios na gestão de terceiros 

A gestão de terceiros é, por natureza, multifacetada e envolve desde a homologação documental até a análise de performance e o cumprimento de normas trabalhistas, previdenciárias e de saúde e segurança no trabalho. 

Mesmo com a evolução das práticas, ainda é comum observar obstáculos que comprometem a eficiência e a governança sobre terceiros. Dentre os mais recorrentes, destaco: 

  • Falta de padronização nos processos de qualificação e acompanhamento; 
  • Dificuldade de manter a conformidade documental continuamente atualizada; 
  • Comunicação descentralizada entre áreas; 
  • Excesso de tarefas operacionais que limitam a visão estratégica do gestor. 
  • Experiência ruim dos fornecedores; 
  • Tempo de identificação e resolução de potenciais riscos 

Na prática, o problema normalmente é derivado da falta de integração entre pessoas, processos e dados

Sem visibilidade e padronização, a gestão tende a ser reativa: resolve problemas, mas não antecipa riscos nem gera valor. 

O papel da automação e da IA na eficiência da gestão 

A automação é o primeiro passo para um modelo mais eficiente. 

Essa tecnologia reduz tarefas manuais repetitivas, padroniza rotinas críticas e amplia a rastreabilidade das informações, criando uma base sólida para a tomada de decisão. 

Com processos automatizados, a equipe ganha tempo para análises e decisões mais ágeis que exigem discernimento humano.  

A inteligência artificial, por sua vez, potencializa essa eficiência. Ela reconhece padrões e apoia a validação de documentos, conforme regras definidas pelo contratante. 

Com isso, é possível identificar inconsistências de forma mais ágil, antecipar vencimentos e manter a base de dados sempre atualizada. Ou seja, a redução do intervalo de tempo, entre identificação de potencial passivo e a ação corretiva, potencializa a eficácia de uma ação orientativa/preventiva. 

Quando aplicadas de forma correta e ética, a automação e a IA amplia a capacidade de ter uma visão global do cenário da terceirização, possibilitando uma gestão mais preditiva e menos burocrática

Em outras palavras: a tecnologia não decide, mas informa melhor para que decisões sejam tomadas com mais segurança, de forma uniforme e em menor tempo. 

Boas práticas para uma gestão de terceiros estratégica 

A eficiência nasce de um processo bem desenhado, e não apenas da adoção de ferramentas. 

Com base na minha experiência à frente de projetos de gestão de terceiros, destaco alguns pilares fundamentais para quem busca amadurecer esse processo com apoio de automação e IA: 

1. Mapeie todo o ciclo de gestão  

Desde a homologação até a avaliação de performance, estabelecendo etapas bem definidas, responsáveis por cada fase e indicadores claros de acompanhamento.  

Um fluxo estruturado evita gargalos, reduz riscos e fortalece a governança sobre terceiros. 

2. Centralize as informações em uma única base  

Unificar dados de contratos, documentos, prazos e resultados garante rastreabilidade e reduz retrabalhos.  

Além disso, facilita auditorias e análises em tempo real, tornando o processo mais transparente e previsível. 

3.  Padronize critérios e indicadores de eficiência  

Criar métricas uniformes para avaliar fornecedores permite comparar desempenhos de forma justa e identificar oportunidades de melhoria contínua. Isso também fortalece a coerência entre áreas e facilita a tomada de decisão. 

4. Utilize a IA para apoiar validações e análises  

Ferramentas inteligentes podem cruzar dados, detectar inconsistências e antecipar desvios de conformidade.  

No entanto, as decisões estratégicas devem permanecer sob responsabilidade humana, com base em contexto e experiência. 

5. Invista na qualificação das equipes  

A tecnologia é poderosa, mas depende de pessoas preparadas para interpretá-la. Incentivar o desenvolvimento analítico e a leitura crítica dos dados fortalece o uso estratégico da automação e da IA na gestão de terceiros. 

No processo da wehandle, tenho acompanhado como a automação e a IA vêm sendo aplicadas com responsabilidade para dar suporte à gestão de terceiros. 

Os ganhos são visíveis: mais consistência, transparência e controle, e o mais importante, sem abrir mão da visão humana que torna a gestão realmente estratégica. 

O futuro da gestão de terceiros é humano e inteligente 

A verdadeira gestão de terceiros estratégica nasce da combinação entre método, disciplina e tecnologia aplicada com propósito. 

Automação e IA não substituem o papel do gestor, ampliam sua capacidade de agir com inteligência, velocidade e respaldo em dados confiáveis. 

O futuro da gestão de terceiros está nesse ponto de equilíbrio: dados que informam, tecnologia que potencializa e pessoas que decidem com consciência e visão de longo prazo. 

Empresas que compreendem essa sinergia não apenas administram fornecedores, elas constroem parcerias que geram valor, inovação e resultados sustentáveis. 

Para organizações que desejam evoluir seus processos e adotar uma gestão de terceiros mais estratégica, a wehandle é referência em, de forma disruptiva, ter criado uma solução diferenciada para o ecossistema da gestão de terceiros. 

Sobre o autor: 

Adriano Dutra da Silveira é advogado (PUCRS) e consultor de empresas, especialista em Gestão Empresarial (UNISINOS) e em Psicologia Positiva (PUCRS). É coautor de sete livros sobre o tema, entre eles a 4ª edição de Gestão de Risco da Terceirização (LTr Editora). 

 

 

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