A evolução dos programas de compliance para terceiros nas empresas não é mais tendência, é necessidade.
Com o aumento dos riscos jurídicos e reputacionais ligados a terceiros, estruturar políticas de compliance para fornecedores tornou-se essencial à governança.
Afinal, não basta a empresa estar em conformidade com leis, regulamentos e códigos de conduta se seus parceiros estratégicos agem de forma desalinhada.
Neste artigo, vamos aprofundar como estruturar um guia eficiente de compliance para fornecedores, garantindo transparência, controle e integridade na gestão de terceiros.
Empresas de todos os setores contam com uma cadeia cada vez mais ampla e complexa de terceiros, fornecedores, prestadores de serviço, consultorias, parceiros comerciais e logísticos.
São esses agentes que, direta ou indiretamente, impactam a entrega de produtos, a reputação da marca e o cumprimento de exigências legais e regulatórias.
De acordo com um relatório global da Deloitte, cadeias de suprimentos resilientes e éticas são construídas com base em quatro pilares: diversificação, visibilidade, colaboração e compliance.
Um programa de integridade bem estruturado precisa, portanto, extrapolar os muros da organização e ser implementado ao longo de toda a rede de relacionamentos com fornecedores.
Um fornecedor com práticas trabalhistas irregulares, envolvimento em esquemas de corrupção ou falhas na segurança da informação pode comprometer toda a estrutura de compliance da contratante.
Sendo assim, prejuízos vão desde multas e bloqueios contratuais até a perda de licenças e danos à imagem pública.
Desde a entrada em vigor da Lei Anticorrupção (Lei nº 12.846/2013), o Brasil passou a exigir um maior grau de responsabilidade das empresas quanto à conduta de seus terceiros.
A legislação estabelece a responsabilização objetiva da pessoa jurídica, ou seja, a empresa pode ser penalizada mesmo sem dolo ou culpa direta, se um fornecedor cometer atos ilícitos em seu benefício.
Além disso, outros marcos regulatórios, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e as normas ISO (como a ISO 37301, voltada à gestão de compliance), reforçam a necessidade de controle sobre terceiros.
Esse contexto jurídico exige que as empresas adotem medidas proativas para mitigar riscos. Ter políticas e normas claras para fornecedores é um passo fundamental nesse processo.
O guia de compliance deve ser prático, adaptável à realidade da empresa e voltado à mitigação de riscos específicos, a fim de cumprir sua função estratégica na governança. Confira os principais passos que o compõem:
Antes de escrever políticas, é essencial entender os riscos reais envolvidos nas relações com terceiros. O mapeamento deve considerar:
Essa análise orienta a criação de critérios de seleção e monitoramento, além de identificar quais fornecedores exigem um acompanhamento mais rigoroso.
O próximo passo é formalizar as diretrizes por meio de um código de conduta para fornecedores ou política de relacionamento com terceiros.
Esses documentos devem ser objetivos, traduzindo a cultura de compliance da empresa em exigências práticas.
Alguns elementos essenciais:
É importante que o material seja adaptado à realidade dos fornecedores e esteja disponível em linguagem clara, com versões em outros idiomas quando necessário.
Um dos maiores erros na implementação de programas de compliance para terceiros é deixar para depois.
A seleção de fornecedores deve considerar critérios éticos e de integridade desde o início. Para isso:
Mais do que entregar um documento para assinatura, é necessário garantir que os fornecedores compreendam e se comprometam com o programa de compliance.
Oferecer treinamentos, workshops ou materiais explicativos (vídeos, FAQs, e-mails) pode ajudar a disseminar a cultura de integridade entre os parceiros.
A comunicação deve ser contínua e evoluir conforme o amadurecimento da relação.
A gestão de terceiros não termina com a contratação. É preciso acompanhar regularmente o desempenho dos fornecedores e agir em caso de desvios. Algumas práticas recomendadas:
A tecnologia é uma importante aliada nesse processo por meio da centralização de dados, automatização de fluxos de aprovação, rastreabilidade e gestão de riscos em toda a cadeia de fornecimento.
Um programa de compliance para fornecedores só é eficaz se estiver alinhado com a cultura da empresa.
A alta liderança precisa não apenas apoiar, mas comunicar e exemplificar os valores éticos em todas as suas decisões de relacionamento com terceiros.
De acordo artigo da PwC, um compliance ineficiente pode afetar a sustentabilidade do negócio e prejudicar a reputação diante de investidores, clientes e parceiros.
Já um programa de compliance conectado à cultura organizacional, fortalece a governança corporativa e se torna um diferencial competitivo no mercado.
A implementação de políticas e normas deve vir acompanhada de métricas que indiquem o nível de aderência e os pontos de melhoria. Alguns indicadores úteis:
Esses KPIs permitem ajustar a estratégia, reforçar controles e demonstrar maturidade em auditorias e certificações.
As políticas de compliance para fornecedores não são documentos formais para cumprir protocolo.
Elas são instrumentos vivos, que expressam os valores da organização e constroem relações pautadas na confiança, na transparência e na responsabilidade compartilhada.
Ao investir em um guia eficiente de compliance, sua empresa protege sua operação contra riscos, já que promove um ecossistema mais ético, sustentável e resiliente.
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