A aprovação da Emenda Constitucional 132/2023, que consolida a chamada Reforma Tributária do Consumo, traz transformações profundas ao sistema tributário brasileiro.
A partir de 2026, empresas com operações terceirizadas devem revisar seus modelos de gestão de terceiros, considerando os novos tributos, a estrutura de compliance fiscal e os impactos no faturamento e fluxo de caixa.
Neste artigo, analisamos o que muda na prática, os desafios e as oportunidades para organizações que contam com terceiros em sua cadeia.
Com a reforma tributária, serão substituídos cinco tributos tradicionais, federal, estadual e municipal, por um novo modelo tributário.
Conforme publicação no portal EBC, a antiga combinação de PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS será substituída por um sistema baseado em IVA dual: a CBS (de competência federal) e a IBS (a cargo de estados e municípios).
Essa unificação tem como objetivo simplificar a cobrança e eliminar a cumulatividade, ou seja, evitar o imposto sobre imposto e tornar a tributação mais transparente ao longo da cadeia de bens e serviços.
Para empresas que contratam serviços ou prestadores, essa mudança estrutural implica adaptação imediata: notas fiscais terão novo layout, com dezenas de campos adicionais, o que exige atualizações em sistemas de ERP, faturamento e compliance fiscal.
Empresas precisarão garantir que os prestadores de serviços terceirizados estejam prontos para emitir notas fiscais de acordo com o novo regime, com CBS ou IBS, e apropriadas para dedução de créditos e compensações.
Para empresas que usam prestadores recorrentes ou complexos, como contratos de BPO (Business Process Outsourcing), manutenção, serviços especializados ou suporte, isso significa reavaliar contratos, processos de emissão de nota e controle documental.
Falhas nessa adaptação podem gerar atrasos em pagamentos, penalidades ou até impeditivos para emissão/recebimento de notas fiscais.
A transição tributária deve gerar uma demanda elevada por serviços de outsourcing, especialmente na área fiscal e contábil.
De acordo com o estudo Tributos no centro: caminhos para a reinvenção, da PwC Brasil, 83% das empresas esperam um impacto alto e imediato da Reforma Tributária sobre o consumo.
Esse nível de urgência já está mobilizando áreas como contabilidade, TI e finanças, que vêm estruturando equipes multidisciplinares para avaliar impactos, atualizar sistemas, revisar contratos e adaptar processos internos.
Para a gestão de terceiros, isso significa que muitos tomadores podem optar por contratar empresas especializadas para garantir compliance, regularidade fiscal e adequação aos novos sistemas, em vez de investir internamente em tecnologia, equipe ou atualização de processos.
Uma das promessas da reforma é a melhoria no tratamento fiscal de investimentos em ativos imobilizados e bens de capital.
Conforme apontado em artigo publicado pela KPMG, para 2026, empresas poderão se beneficiar da recuperação de créditos de CBS e IBS de forma mais ágil, com prazos mais curtos de compensação do que no antigo regime de ICMS.
Isso pode representar uma oportunidade para empresas que terceirizam manutenção, infraestrutura ou serviços de suporte: menores restrições fiscais podem facilitar investimentos em CAPEX ou ampliar o escopo de contratos de prestação de serviços com terceiros.
No entanto, essa mudança exige controle rigoroso da documentação fiscal e contábil, para que créditos sejam apropriados corretamente e sem risco de contingências.
Com as mudanças tributárias, é essencial que contratos com prestadores contenham cláusulas claras sobre emissão de nota fiscal, adequação ao novo regime e obrigações de compliance.
Contratos antigos devem ser revisados para evitar riscos de não conformidade.
Antes de homologar ou contratar prestadores, é recomendado realizar due diligence fiscal e documental, garantindo que o terceiro esteja apto a emitir notas conforme CBS/IBS, que possua regularidade fiscal e esteja alinhado às normas.
Essa etapa é ainda mais crítica diante da complexidade da transição tributária.
Todas as áreas envolvidas (fiscal, contábil, financeiro, contas a pagar) devem estar preparadas para processar notas com o novo layout.
A adoção de plataformas e automação pode ser estratégica para evitar erros, atrasos e garantir conformidade.
Para muitas empresas, contratar terceiros especializados em compliance tributário ou BPO fiscal pode ser mais eficiente do que reestruturar a operação internamente.
Essa alternativa ganha força especialmente para organizações com grande volume de terceiros ou serviços complexos.
Embora a reforma já esteja aprovada, o desfecho completo, com a definição de alíquotas, lista de exceções e de produtos/serviços com isenção ou redução, ainda dependerá de regulamentações complementares.
Assim, é fundamental acompanhar os desdobramentos e adaptar a gestão de terceiros conforme as regras se consolidam.
Com a Reforma Tributária elevando a complexidade fiscal, cresce a necessidade de controle documental, de padronização e de visibilidade sobre fornecedores e prestadores terceirizados.
Nesse cenário, a wehandle se torna um apoio estratégico ao automatizar etapas críticas da gestão de terceiros com o apoio da IA, dados em tempo real e de fluxos inteligentes.
A plataforma atua na redução de rotinas manuais e aumenta a confiabilidade das informações utilizadas em auditorias, homologações e análises de risco.
Já são mais de 60 mil fornecedores, 400 mil terceiros monitorados, 5 milhões de documentos validados e mais de R$100 milhões em riscos mitigados.
Com a transição para CBS/IBS, processos como conferência de notas fiscais, atualização cadastral e verificação de conformidade exigem mais rigor.
A solução atende a essa demanda com validação automática de mais de 1.000 tipos de documentos, alertas de pendências e 100% de visibilidade da operação.
A homologação de fornecedores também ganha eficiência: consulta pública automática de CNPJ, avaliação financeira, verificação de idoneidade e monitoramento contínuo, tudo integrado em um único fluxo.
O impacto é direto:
Assim, mesmo em um ambiente regulatório mais exigente, a operação ganha escala, confiabilidade e segurança.
A transição para o novo sistema tributário representa um ponto de inflexão para a terceirização no Brasil.
Por um lado, a simplificação e a clareza tributária podem favorecer modelos de outsourcing, BPO e prestação de serviços, desde que as empresas se preparem com antecedência.
Por outro, a complexidade da adaptação exige planejamento estratégico, governança robusta e atenção contínua à regularidade fiscal e documental.
Para empresas com cadeia de terceiros ampla, o momento exige maturidade.
A gestão de fornecedores não pode se basear apenas em contratos antigos: é hora de reavaliar riscos, adequar processos e garantir que todos os elos da cadeia estejam “na mesma página” tributária.
Em 2026, a reforma tributária será mais do que um novo conjunto de regras, mas um teste à capacidade das empresas de gerenciar, com eficiência e compliance, suas relações com terceiros.
Para empresas que precisam se preparar para a Reforma Tributária e fortalecer sua maturidade fiscal, contar com uma plataforma confiável para gestão de serviços e terceiros é fundamental. Conte com a wehandle.