O trabalho em altura é uma das atividades mais críticas e de alto risco em diversos setores da indústria e construção civil.
Ele envolve a exposição a perigos que podem resultar em acidentes graves ou fatais, tornando a segurança no trabalho em altura não apenas uma exigência legal, mas um imperativo ético e um diferencial estratégico para qualquer organização responsável.
No Brasil, a Norma Regulamentadora 35 (NR 35) se posiciona como o guia essencial para assegurar que essas atividades sejam realizadas com o máximo de proteção e prevenção.
Apesar da gravidade dos riscos, acidentes em altura ainda representam uma parcela significativa das ocorrências de trabalho no país.
Dados do Ministério Público do Trabalho e da Organização Internacional do Trabalho mostram que as quedas de altura somam 40% das principais causas de acidentes de trabalho no Brasil.
Para que o trabalho em altura seja realmente seguro e eficaz, é fundamental que as empresas compreendam e apliquem rigorosamente os preceitos da NR 35.
Neste artigo, vamos explorar em profundidade o que essa norma exige, como as empresas podem se adequar e, mais importante, como construir uma cultura de prevenção de acidentes que proteja a vida e a integridade dos trabalhadores.
Desvendando a NR 35: o que você precisa saber sobre trabalho em altura
A NR 35 estabelece os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho em altura, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores envolvidos direta ou indiretamente com esta atividade.
Ela é aplicável a qualquer atividade executada acima de 2 metros do nível inferior, onde haja risco de queda.
O que define o trabalho em altura?
- Altura mínima: A norma considera "trabalho em altura" qualquer atividade executada em altura superior a 2 metros do nível inferior, onde exista risco de queda. Isso inclui desde o uso de escadas e andaimes até plataformas elevadas e telhados.
- Responsabilidades da empresa: A organização é a principal responsável por garantir a implementação das medidas de proteção. Isso inclui a análise de risco, a emissão da Permissão de Trabalho (PT), a garantia de equipamentos adequados e a capacitação dos trabalhadores.
- Deveres do trabalhador: O trabalhador, por sua vez, deve cumprir as disposições sobre segurança e saúde no trabalho, colaborar com a empresa na aplicação da NR 35, zelar pela sua segurança e pela de terceiros, e interromper o trabalho em altura sempre que identificar riscos não previstos.
Pilares da NR 35
A NR 35 é construída sobre pilares que visam a prevenção de acidentes e a proteção integral do trabalhador:
- Planejamento e análise de risco: Toda e qualquer atividade em altura deve ser precedida de uma Análise de Risco (AR) e, quando necessário, de uma Permissão de Trabalho (PT). Esses documentos identificam os perigos, avaliam os riscos e definem as medidas de controle a serem adotadas.
- Sistemas de proteção contra quedas: A empresa deve disponibilizar sistemas de proteção coletiva (EPCs), como guarda-corpos e redes de segurança, e, na impossibilidade de EPCs, sistemas de proteção individual (EPIs), como cintos de segurança tipo paraquedista, talabartes e trava-quedas, devidamente certificados e inspecionados.
Treinamento e capacitação
A NR 35 exige que todos os trabalhadores envolvidos em atividades em altura sejam capacitados por meio de treinamentos teóricos e práticos, com carga horária mínima de 8 horas. O conteúdo programático deve incluir:
- Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura.
- Análise de Risco e condições impeditivas.
- Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura e medidas de prevenção e controle.
- Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva.
- Equipamentos de Proteção Individual para trabalho em altura: seleção, inspeção, conservação e limitação de uso.
- Acidentes típicos em trabalhos em altura.
- Condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas de resgate e de primeiros socorros.
Além do treinamento inicial, a norma prevê a realização de treinamentos periódicos e eventuais, sempre que houver mudanças nas condições de trabalho ou nos procedimentos operacionais.
Os benefícios da conformidade com a NR 35: segurança e produtividade lado a lado
Investir na conformidade com a NR 35 vai muito além de evitar multas e sanções. Empresas que priorizam a segurança no trabalho em altura colhem uma série de benefícios que impactam diretamente a produtividade, a reputação e a saúde financeira.
Vantagens da conformidade com a NR 35
- Preservação da vida e integridade física: O benefício mais fundamental e inestimável. A aplicação rigorosa da NR 35 salva vidas e previne lesões graves, protegendo o bem-estar dos trabalhadores e suas famílias.
- Redução de acidentes e custos associados: Menos acidentes significam menos afastamentos, menor rotatividade de pessoal, redução de custos com tratamento médico, indenizações, seguros e ações judiciais. Acidentes também geram custos indiretos com paralisação de obras/produção e perda de reputação.
- Aumento da produtividade e eficiência: Trabalhadores que se sentem seguros executam suas tarefas com mais confiança e foco. Um ambiente de trabalho seguro reduz o estresse, a ansiedade e a probabilidade de erros, levando a um aumento geral da produtividade.
- Melhora da reputação e imagem da empresa: Uma empresa que demonstra compromisso com a segurança de seus colaboradores é vista com mais credibilidade por clientes, parceiros de negócios e pela sociedade em geral. Isso fortalece a marca e atrai talentos.
- Conformidade legal e evitação de sanções: A NR 35 é uma norma obrigatória. O não cumprimento pode resultar em multas pesadas, interdições de obras/atividades, processos trabalhistas e até responsabilidade criminal em caso de acidentes fatais.
Desafios na implementação da NR 35: superando obstáculos comuns
Apesar dos claros benefícios, a implementação plena da NR 35 pode apresentar desafios que exigem atenção e planejamento.
Pontos para ficar atento
- Cultura de segurança insuficiente: Um dos maiores obstáculos é a falta de uma cultura de segurança enraizada. Se os trabalhadores e a própria liderança não priorizam a segurança, as normas tendem a ser vistas como burocracia, e não como proteção. Isso exige treinamento contínuo e engajamento de todos.
- Custos iniciais com equipamentos e treinamento: A aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) de qualidade, a instalação de Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) e a realização de treinamentos especializados representam um investimento inicial. No entanto, é um custo que se paga rapidamente ao evitar acidentes e suas consequências.
- Burocracia na documentação: A exigência de Análises de Risco (AR), Permissões de Trabalho (PT) e outros registros pode parecer burocrática. Contudo, essa documentação é vital para o planejamento, a rastreabilidade e a demonstração de conformidade em caso de fiscalização.
- Manutenção e Inspeção de equipamentos: EPIs e EPCs precisam de inspeção regular e manutenção para garantir sua eficácia. A falha nesse processo pode comprometer a segurança, mesmo com a presença dos equipamentos.
- Supervisão qualificada: A NR 35 exige a presença de um supervisor de trabalho em altura capacitado. Encontrar e manter esses profissionais pode ser um desafio, mas sua presença é crucial para monitorar a execução segura das atividades.
Gestão de documentos em apoio à conformidade com a NR 35
A complexidade da NR 35 — com suas exigências de planejamento, capacitação, inspeção e controle de riscos — torna a gestão de documentos um pilar para a conformidade.
Manter registros organizados e acessíveis é tão importante quanto ter os equipamentos adequados.
Como a gestão de documentos fortalece a segurança
- Rastreabilidade e comprovação: Documentos como ARs, PTs, certificados de treinamento, fichas de EPIs, laudos de inspeção de equipamentos e atestados de saúde ocupacional (ASOs) são cruciais para comprovar o cumprimento da norma em fiscalizações ou, em caso de acidente, para defender a empresa.
- Planejamento e otimização: Uma boa gestão documental permite acessar rapidamente o histórico de atividades, identificar padrões de risco, otimizar planejamentos futuros e garantir que todas as etapas de segurança sejam seguidas.
- Sem erros e esquecimentos: Sistemas de gestão de documentos com alertas e automações garantem que nenhuma etapa importante, como a renovação de treinamentos ou a inspeção de equipamentos, seja esquecida.
O uso da tecnologia como aliada
Realizar a gestão de toda essa documentação de forma manual é ineficiente e arriscado. As chances de erros, perdas de documentos ou descumprimento de prazos aumentam exponencialmente.
É por isso que empresas sérias em relação à segurança no trabalho em altura estão cada vez mais apostando em soluções tecnológicas.
Plataformas de gestão de documentos, como as oferecidas pela wehandle, são ferramentas poderosas para otimizar a retenção documental, garantir a conformidade legal e fortalecer a governança de segurança.
Com uma plataforma especializada, é possível:
- Automatizar o recebimento e validação de documentos: Colete e valide automaticamente certificados de treinamento, fichas de EPIs e outros documentos, garantindo que tudo esteja em ordem.
- Criar fluxos de aprovação e notificação de vencimentos: Gerencie os prazos de validade de treinamentos e EPIs com alertas proativos, garantindo que a equipe esteja sempre qualificada e equipada.
- Armazenar informações com segurança e estrutura: Mantenha todos os registros de segurança organizados em um ambiente digital seguro, com controle de acesso, criptografia e backups robustos.
- Gerar relatórios e dashboards em tempo real: Tenha uma visão clara e imediata da sua situação de conformidade com a NR 35, identificando rapidamente lacunas e tomando decisões baseadas em dados.
- Demonstrar conformidade em auditorias e fiscalizações: Com todas as informações organizadas e acessíveis, sua empresa estará sempre preparada para comprovar o cumprimento da norma, minimizando riscos e agilizando processos.
NR 35: um compromisso com a vida e com a excelência operacional
A NR 35 é um investimento na vida e na integridade dos trabalhadores, e na sustentabilidade do seu negócio.
A segurança no trabalho em altura é um reflexo da maturidade de uma organização e de sua capacidade de gerenciar riscos de forma proativa.
Empresas que tratam a conformidade com a NR 35 como uma extensão de sua governança corporativa e utilizam a tecnologia a seu favor, não só evitam multas e acidentes, mas também constroem um ambiente de trabalho mais seguro, produtivo e com uma reputação sólida no mercado.
Se você busca garantir a máxima segurança no trabalho em altura em sua empresa e otimizar a gestão de todos os documentos e processos relacionados à NR 35, fale com o time da wehandle.
Vamos juntos construir um ambiente de trabalho mais seguro, eficiente e alinhado com as melhores práticas de mercado.