Segurança no trabalho é assunto sério e merece uma atenção especial nas organizações. De acordo com dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho (SmartLab) em 2020 foram notificados 446.881 acidentes de trabalho, número esse que subiu 37% em 2021, alcançando 612.920 notificações.
Os acidentes de trabalho costumam acontecer por motivos variados, desde a falta de equipamento adequado, orientação e até a falta de um ambiente seguro. Diante disso, é necessário que as empresas implementem a gestão da segurança do trabalho para evitar que tais ocorrências prejudiquem seus colaboradores.
Neste artigo vamos falar mais sobre as responsabilidades da gestão da segurança do trabalho e como ela pode ser benéfica!
O que é a gestão da segurança do trabalho?
A gestão de segurança do trabalho é um conjunto de ações voltadas para a melhoria do ambiente organizacional, tendo como foco prevenção de acidentes, doenças ocupacionais e outros riscos relacionados ao ambiente de trabalho.
Consequentemente, isso traz para os profissionais mais segurança de que a sua integridade física e emocional serão preservadas, permitindo o desempenho das suas atribuições sem grandes problemas ou mesmo preocupações.
No Brasil, a responsabilidade sobre essa gestão é do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), órgão obrigatório a todas as empresas e disciplinado pela norma regulamentadora NR 4. Cabe ao SESMT observar perigos e riscos, fazer inspeções, conscientizar os colaboradores e contribuir para elaboração de programas voltados à segurança ocupacional.
Quais as responsabilidades da gestão da segurança do trabalho?
A gestão da segurança no trabalho é responsável por diferentes atividades dentro de uma empresa, o que inclui uma série de coisas. A seguir vamos detalhar:
Identificação de riscos
Avaliação e identificação dos potenciais perigos e riscos no ambiente de trabalho. Aqui vale destacar a necessidade de fazer a análise e manutenção de equipamentos, processos de trabalho, substâncias químicas, entre outros.
Inclusive os dados dessa análise servirão de base para o mapa de riscos que é um documento visual obrigatório. Nele, estão enumerados todos os perigos da planta, bem como as suas respectivas intensidades. O desenvolvimento do documento é feito pela CIPA. Lembrando que esse mapa também deve conter ações preventivas e corretivas para evitar circunstâncias que representem ameaça.
Implementação de medidas preventivas
Desenvolvimento e implementação de medidas para eliminar ou reduzir os riscos ocupacionais identificados. É importante para isso adotar equipamentos de proteção, fazer alterações nos processos de trabalho, treinar os funcionários, entre outras ações.
Aliás, a distribuição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e das fichas de EPI é mais uma atribuição do setor de segurança. Equipamentos como máscaras, luvas, capacete, protetor auricular e outros visam a proteção, seja parcial ou total, contra riscos do ambiente de trabalho.
Por sua vez, as fichas garantem que a empresa cumpre com as normas regulamentadoras e entrega os equipamentos para os funcionários. O documento precisa ser assinado pelo usuário do EPI.
Treinamento e conscientização
A educação e treinamento dos trabalhadores também são essenciais até mesmo para que eles estejam cientes dos riscos existentes e saibam como agir de maneira segura. Por exemplo, implementar a formação sobre o uso correto de equipamentos de proteção individual (EPI), procedimentos de emergência, entre outros.
Essas práticas são essenciais para que os trabalhadores realizem as suas atividades de forma segura e estejam preparados para agir em situações de emergência. Por exemplo, o treinamento sobre as leis e regulamentações locais e nacionais relacionadas à segurança no trabalho é crucial para garantir a conformidade.
Atenção aos programas obrigatórios
As empresas também precisam estar atentas às Normas Regulamentadoras e aos programas obrigatórios de prevenção de riscos que fazem parte da lei. A obrigatoriedade do programa só acontece quando existe a necessidade de aprendizado dos trabalhadores sobre algum risco de segurança.
Os principais são:
- Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO);
- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA);
- Programa de Gerenciamento de Risco (PGR).
Monitoramento e avaliação
Outro ponto da gestão da segurança do trabalho é o estabelecimento de sistemas de monitoramento para avaliar continuamente as condições de segurança. Esses processos permitem que as organizações acompanhem continuamente as condições do local, identifiquem áreas de melhoria e garantam que as práticas de segurança estejam alinhadas com os objetivos e padrões estabelecidos.
Isso inclui:
- inspeções regulares para identificar potenciais riscos, condições inseguras e verificar a conformidade com os padrões de segurança;
- análise de incidentes e acidentes para entender suas causas, implementar medidas corretivas e evitar recorrências;
- auditorias de segurança para avaliar a conformidade com políticas, procedimentos e regulamentações;
- uso dos resultados do monitoramento e da avaliação para implementar ações corretivas e medidas preventivas, promovendo a melhoria contínua das práticas de segurança.
Conformidade com normas e regulamentações
É preciso também garantir que a organização esteja em conformidade com as normas e regulamentações locais, nacionais e internacionais relacionadas à segurança no trabalho. Logo, manter-se atualizado sobre as normas e regulamentações específicas do setor e região onde a organização opera é essencial.
Além disso, é necessário elaborar políticas e procedimentos internos alinhados com as normas e regulamentações aplicáveis, assegurando que todos os colaboradores estejam cientes dessas políticas e procedimentos.
Envolvimento dos trabalhadores
Aliás, falando em trabalhadores é necessário incentivar a participação ativa dos trabalhadores no processo de gestão da segurança. Criação de comitês de segurança, a promoção de uma cultura de segurança no local de trabalho e a escuta atenta das preocupações dos funcionários são algumas das ações a serem implementadas.
Tudo isso contribui para um ambiente de trabalho melhor, mas também fortalece a cultura de segurança da organização. Ao envolver ativamente os trabalhadores na gestão de segurança, as organizações não apenas beneficiam da experiência prática de seus funcionários, mas também promovem um senso de responsabilidade coletiva.
Quais os benefícios de fazer a gestão da segurança do trabalho?
Fazer a gestão da segurança do trabalho oferece uma série de benefícios tanto para os trabalhadores quanto para as organizações. Entre elas estão:
Proteção da saúde dos trabalhadores
A gestão de segurança do trabalho visa identificar e controlar os riscos no ambiente de trabalho, reduzindo a incidência de lesões, doenças ocupacionais e outros problemas de saúde relacionados ao trabalho.
Cumprimento de normas
Outro benefício identificado é que ela assegura a conformidade com normas e regulamentações locais, nacionais e internacionais, evitando penalidades legais e multas.
Aumento da produtividade
Ambientes de trabalho seguros proporcionam um aumento na produtividade, pois os trabalhadores se sentem mais seguros, confiantes e motivados para desempenhar suas tarefas.
Cabe ainda ressaltar o impacto na qualidade do trabalho, uma vez que os funcionários estão mais focados em suas tarefas, reduzindo erros e melhorando a eficiência. Ou seja, isso reflete diretamente no desempenho das funções.
Redução de custos
A prevenção de acidentes e doenças ocupacionais resulta em redução de custos associados a tratamentos médicos, compensações por acidentes de trabalho, seguros e custos legais.
Melhoria na reputação
Por fim, as empresas que priorizam a segurança do trabalho ganham uma reputação positiva, o que pode ser valioso para atrair talentos, clientes e parceiros de negócios. Afinal, organizações que se preocupam com o bem-estar da sua equipe constroem uma imagem de integridade e confiança no mercado, tendo impacto sobre uma série de questões.
Em resumo, investir na gestão de segurança do trabalho não apenas atende a obrigações legais, mas também contribui para um ambiente de trabalho mais saudável, seguro e produtivo, trazendo benefícios significativos para as organizações em termos de desempenho, reputação e sustentabilidade.
Agora que você já conhece mais sobre o gerenciamento, o convidamos a ler o nosso artigo onde falamos sobre as diferenças entre adicional de insalubridade e periculosidade!